Na capital croata Zagreb, Museum of Broken Relationships tem desde fofos ursinhos de pelúcia até maliciosos vibradores.
Quando um relacionamento acaba bem, sem feridos, os presentes que o casal trocou provavelmente vão parar num porão e ficam amontoados em caixas empoeiradas. Já nos casos em que a mágoa é o que sobra, o lado amargurado costuma estraçalhar inocentes ursinhos de pelúcia ou cortar o rosto do antigo amor de todas as fotos possíveis.
Depois de quatro anos juntos, os croatas Drazen Grubisic e Olinka Vistica não optaram por nenhuma dessas saídas. Eles criaram o Museum of Broken Relationships (Museu das Relações Terminadas), que desde 2006 reúne badulaques de ex-casais em um endereço curioso em Zagreb, na capital da Croácia.
“Essa ideia surgiu durante o nosso processo de separação, numa das inúmeras tentativas de salvar, transformar ou terminar a relação. Nós nos perguntávamos: ‘O que fazer com todos esses símbolos de amor que reunimos durante o relacionamento? Não seria ótimo se houvesse um tipo de museu para abrigar esses itens por algum tempo?’ Nossos amigos ficaram entusiasmados quando falamos sobre a ideia, e depois de dois anos conseguimos concretizá-la”, diz Drazen, que é artista plástico e atua como curador do museu.
Prótese doada por um veterano de guerra apaixonado por uma enfermeira: "A perna durou mais do que o nosso amor, deve ser feita de um material mais resistente"
Drazen conta ainda que o principal objetivo do espaço é proporcionar uma forma criativa – e não destrutiva – de colocar um ponto final num namoro ou casamento que um dia foi feliz. O primeiro “habitante” do acervo foi um coelhinho de brinquedo do casal. “Ele sempre viajava conosco e tirávamos fotos em lugares especiais. No museu, há uma imagem dele num deserto perto de Teerã (Irã). Foi a última viagem do coelho e de nós dois juntos também”, lembra.
A inusitada ideia do ex-casal deu tão certo que acabou correndo o mundo. Exposições do museu já rodaram por diversos países, como Alemanha, Índia, Estados Unidos e Argentina. Assim como no espaço original, moradores das cidades visitadas enviam objetos para serem expostos e também escrevem os textos que os acompanham nas mostras.Exibidas com o mesmo capricho destinado às obras de arte, as peças do espaço croata são de uma variedade incrível: desde objetos delicados, como fotos de casamento e bichos de pelúcia, até os mais picantes, como calcinhas, vibradores e algemas. Mas Drazen destaca um entre eles: “Uma mulher nos enviou uma pedra estranha, dizendo: ‘Meu marido me chamou pelo nome errado quando estávamos fazendo sexo, na hora senti uma dor forte no abdome, era uma pedra no meu rim”. Eis a representação da última lembrança que ela guardou do ex-marido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário